APOLO Filho de Zeus e de Leto, também chamado Febo,
irmão gêmeo de Ártemis, nasceu às fraldas do monte Cinto, na ilha de
Delos. É o deus radiante, o deus da luz benéfica. A lenda mostra-nos
Apolo, ainda garoto, combatendo contra o gigante Títio e matando-o, e
contra a serpente Píton, monstro saído da terra, que assolava os campos,
matando-a também. Na lenda de Homero ele era considerado,
principalmente, como o deus da profecia. Seu oráculo mais importante
estava em Delfos.Às vezes ele concedia o dom da profecia aos mortais que
ele amava, tal como a princesa Cassandra, de Tróia. Apolo era músico e
encantava os deuses com seu desempenho com a lira.
Era também um arqueiro-mestre e excelente corredor, sendo creditada a
ele a primeira vitória nos Jogos Olímpicos. Sua irmã gêmea, Ártemis, era
a guardiã das virgens e das mulheres jovens, e Apolo era o protetor
especial dos rapazes. Era também o deus da agricultura, do gado, da luz e
da verdade. Ensinou aos humanos a arte da cura. Alguns contos retratam
Apolo como severo e cruel.De acordo com a Ilíada de Homero, Apolo
atendeu às orações do sacerdote Crísias para obter a libertação de sua
filha das mãos do general grego Agamenon, atirando flechas envenenadas
contra o exército grego. Ele também raptou e possuiu a jovem Creusa,
princesa ateniense, e abandonou-a com seu filho que nascera da união.
Talvez por causa de sua beleza, Apolo era representado com mais
freqüência na arte antiga que qualquer outra divindade.
ARES Deus da guerra e filho de Zeus, rei dos deuses, e
sua esposa, Hera. Os romanos o identificaram com Marte, também um deus
da guerra. Ares, sanguinário e agressivo, personificava a natureza
brutal da guerra. Era impopular tanto com os deuses quanto com os
humanos. Entre as divindades associadas com Ares estavam sua mulher
Afrodite, deusa do amor, e divindades menos importantes, como Deimos (o
Temor) e Fobos (o Tumulto), que o acompanhavam em batalha. Embora Ares
fosse bélico e feroz, não era invencível, mesmo contra os mortais. Ares
era uma divindade ancestral de Tebas e tinha um templo em Atenas, aos
pés do Areopago, ou Colina de Ares.
ARISTEU Filho de Apolo e da ninfa Cirene. Era adorado
como o protetor dos caçadores, pastores e rebanhos, e como o inventor da
apicultura e da arte de cultivar azeitonas. Quando Aristeu tentou
seduzir Eurídice, a esposa do célebre músico Orfeu, ela fugiu dele e
acabou sendo mortalmente ferida com a picada de uma cobra. As ninfas o
puniram fazendo todas as suas abelhas morrerem. Mas ele amenizou as
ninfas com um sacrifício de seu gado, de cujas carcaças emergiram novas
colméias de abelhas. Aristeu era conhecido nas artes da cura e da
profecia, e vagou por muitas terras para compartilhar seu conhecimento e
curar doentes. Era largamente venerado como um deus beneficente e
freqüentemente era representado como um pastor juvenil carregando um
cordeiro.
ASCLÉPIO O deus da medicina. Era filho de Apolo e da
virgem Coronis, da Tessália. Zangado porque Coronis era infiel a ele,
Apolo matou-a e arrancou o nascituro Asclépio de seu ventre. Mais tarde
ele enviou Asclépio ao centauro Quíron para ser educado. Asclépio
aprendeu com Quíron a arte da cura e logo se tornou um grande médico.
Por Asclépio ameaçar a ordem natural das coisas e por ressuscitar os
mortos, Zeus o matou com um trovão. O culto à Asclépio centralizou-se em
Epidauro, mas era popular por todo o mundo Greco-Romano. Os santuários
de Asclépio funcionavam como refúgios para restabelecer a saúde, onde
regimes terapêuticos tais como exercícios e dietas eram prescritos. A
prática mais importante associada com as curas era o ritual da
incubação, em que as pessoas aflitas eram adormecidas dentro de um
templo ou cerco sagrado na esperança de que o deus viesse ter com eles
em seus sonhos e prescrevesse a cura para suas doenças.
BOREAS Filho de Astreu e de Éos, deus dos ventos do
norte, morava na Trácia. Pertencia à raça dos Titãs e era irmão de
Zéfiro, Euro e Noto. Raptou Orítia, com a qual casou e que lhe deu os
filhos Cálais e Zetes.
DIONÍSIO ( BACO ) De todas as divindades, era a que
mais aproximava dos homens. Teve um nascimento milagroso, com efeito,
morrendo-lhe a mãe antes que tivesse o necessário desenvolvimento, foi
recolhido pelo pai (Zeus) que o costurou numa de suas coxas e aí o
conservou até que o garoto pudesse enfrentar a vida
ÉOLO Rei dos ventos, às vezes identificado com o filho
de Poseidon e Arne. Vivia em Eólia, uma ilha flutuante, com seus seis
filhos e seis filhas. Zeus tinha lhe dado o poder de acalmar e despertar
os ventos. Quando o herói grego Odisseu (Ulisses) visitou Éolo, ele foi
recebido como um convidado de honra. Como presente de Éolo, ao partir,
Odisseu (Ulisses) recebeu dele um vento favorável e uma sacola de couro
repleta com todos os ventos. Os marinheiros de Odisseu (Ulisses),
pensando se tratar de uma sacola com ouro, abriram-na e a costa foi
imediatamente varrida pelos ventos. Depois disso, Éolo se recusou a
ajudá-los novamente. Outro Éolo na mitologia grega foi o rei da
Tessália. Era o filho de Heleno, antepassado dos Helenos, os primeiros
habitantes da Grécia. Éolo era o antepassado dos gregos Eólios.
EROS ( AMOR ) O deus do amor e relativo do Cupido
romano. Na mitologia antiga, era representado como uma das forças
primitivas da natureza, o filho do Caos, e a encarnação da harmonia e do
poder criativo do universo. Logo, entretanto, passou a ser visto como
um rapaz intenso e bonito, assistido por Pótos ( ânsia) ou Hímero (
desejo). Mais tarde a mitologia transformou-o no auxiliar constante de
sua mãe, Afrodite, a deusa do amor. Na arte grega, Eros era retratado
como um jovem alado, ligeiro e bonito, freqüentemente com olhos cobertos
para simbolizar a cegueira do amor. Às vezes ele carregava uma flor,
mas mais comumente um arco de prata e flechas, com o qual ele atirava
dardos de desejo contra o peito de deuses e homens. Nas lendas e na arte
romana, Eros degenerou numa criança maligna e freqüentemente era
retratado como um bebê arqueiro.
EURO Vento que sopra do Oriente, dependente de Éolo.
HADES ( PLUTÃO ) Deus dos mortos.Seu nome significa "o
invisível". Era também conhecido por Plutão, que significa "rico".Era
filho dos Titãs Cronos e Réia, e irmão de Zeus e Posêidon. Quando os
três irmãos dividiram o universo depois de terem deposto seu pai,
Cronos, do trono, à Hades foi concedido o mundo
subterrâneo.Acreditava-se que, com seu carro, viesse ao mundo para
buscar as almas dos mortos. Possuía um capacete que o tornava invisível.
Aí, com sua rainha, Perséfone, que ele havia raptado do mundo superior,
determinou o reino dos mortos. Somente Hades tinha o poder de restituir
a vida de um homem, porém, utilizou-se desse poder pouquíssimas vezes
e, assim mesmo, a pedido da esposa. Embora fosse um deus impiedoso e
severo, o qual não atendia à nenhuma oração ou sacrifício, não era mau.
Aliás, era conhecido também como Pluto, senhor dos ricos, porque tanto
colheitas como metais preciosas acreditava-se provirem de seu reino
inferior.
O mundo subterrâneo freqüentemente era chamado de Hades. Foi dividido
em duas regiões: o Érebo, por onde os mortos passavam imediatamente após
a morte, e Tártaro, a região mais profunda, onde os Titãs haviam sido
aprisionados. Era um lugar infeliz e sombrio, habitado por formas vagas e
sombras, além de ser cuidadosamente guardado por Cérbero, o cão de três
cabeças e cauda de dragão. Rios sinistros separavam o mundo subterrâneo
do mundo superior, e o velho barqueiro Caronte transportava as almas
dos mortos através destas águas. Em algum lugar na escuridão do mundo
subterrâneo estava localizado o palácio de Hades. Era representado como
um lugar lúgubre, escuro e repleto de portões, repleto de convidados do
deus e colocado no meio de campos sombrios uma paisagem assombrosa. Em
lendas posteriores o mundo inferior é descrito como o lugar onde os bons
são recompensados e os maus são punidos.
HEFESTO ( VULCANO ) Deus do fogo, filho de Zeus e
Hera. Trabalhava admiravelmente os metais e construiu inúmeros palácios
de bronze, além da esplêndida armadura de Aquiles e o cetro e a égide de
Zeus. Segundo uma tradição, nasceu coxo, pelo que sua mãe lançou-o do
alto do monte Olimpo, foi recolhido por Tétis e Eurínome, com as quais
permaneceu durante nove anos. Voltando ao Olimpo, ao defender Hera
contra Zeus, este atirou-o do céu e, precipitando durante um dia
inteiro, caiu na ilha de Lemos. Suas forjas, com vinte foles, foram
depois do Olimpo colocadas no Etna, onde tinha os Ciclopes como
companheiros de trabalho. Hefaístos freqüentemente é identificado com o
deus do fogo romano, Vulcano.
HÉLIO Antigo deus sol, filho dos Titãs Hiperião e
Téia, e irmão de Selene, deusa da lua, e Eos, deusa da alvorada.
Acreditava-se que Hélio andava diariamente em sua carruagem dourada
através dos céus, dando luz aos deuses e aos mortais. À noite ele
mergulhava no oceano ocidental, do qual ele era carregado numa taça
dourada para seu palácio no leste. Hélio sozinho podia controlar os
cavalos ferozes que puxavam sua carruagem ardente. Quando seu filho
Faetonte convenceu Hélio a deixá-lo guiar a carruagem através do céu,
Faetonte morreu. Como é o único deus que pode ver toda a Terra do alto
do céu, é o único que tudo sabe, e informa aos outros sobre certos
segredos; e foi justamente por ter revelado a Hefaístos que Afrodite o
traía com Ares que a deusa vingou-se dele, inspirando paixões funestas
em seus descendentes: em sua filha Pasifaé e suas netas Ariadne e Fedra.
Hélio foi largamente adorado por todo o mundo grego, mas seu principal
culto estava em Rodes. Uma das Sete Maravilhas do Mundo, o Colosso de
Rodes, era uma representação de Hélio.
HERMAFRODITO Filho de Hermes e Afrodite, cujos nomes
compõe o seu. De uma enorme beleza, inspirou forte paixão à ninfa
Salmácis, que pediu aos deuses para nunca mais se separarem; estes
juntaram os dois amantes em um só corpo, criando um andrógino, isto é,
um ser dotado de dois sexos.
HERMES ( MERCÚRIO ) Filho de Zeus e de Maia, o arauto
dos deuses e fiel mensageiro de seu pai, nasceu numa gruta do monte
Ciline, na Arcádia. Lodo que nasceu, fugiu do berço e roubou cinqüenta
novilhas do rebanho de Apolo, em seguida, com a casca de uma tartaruga,
construiu a primeira lira e com o som deste instrumento aplacou Apolo,
enfurecido pelo furto; esse deus acabou por deixar-lhe as novilhas e
deu-lhe o caduceu, a vara de ouro, símbolo da paz, n troca da lira. Zeus
deu-lhe o encargo de levar os mortos a Hades e acreditava-se possuir
poderes mágicos sobre o sono e os sonhos. Inventou, além da lira, as
letras e os algarismos, fundou os ritos religiosos e introduziu a
cultura da oliveira. Deus dos Sonhos, eram lhe oferecidos sacrifícios de
porcos, cordeiros, cabritos... Seus atributos eram a prudência e a
esperteza. Livrou Ares das correntes dos Aloídas, levou Príamo à tenda
de Aquiles e matou Argos, guarda de Io. Hermes era também o deus do
comércio e o protetor dos comerciantes e dos rebanhos. Como a divindade
dos atletas, ele protegia os ginásios e estádios e atribuía-se a ele a
responsabilidade pela fortuna e a riqueza.Era representado com um jovem
ágil e vigoroso, com duas pequenas asas nos pés, um chapéu de abas
largas na cabeça e o caduceu nas mãos.
HIMENEU Deus do casamento, filho de Apolo. Personificação do cantos nupciais.
HIPNOS Deus do sono, filho de Érebo e da Noite e irmão gêmeo de Thanatos, a Morte.
MORFEU Deus dos sonhos, filho de Hipnos, deus do sono.
Morfeu formava os sonhos que vinham para aqueles que adormeciam. Ele
também representava seres humanos em sonhos.
NEREU Deus do mar, filho do deus do mar Ponto e Géia,
conhecido como o velho homem do mar. Foi casado com Dóris, uma das
filhas do Titã Oceano, com quem teve 50 lindas filhas, as ninfas do mar,
conhecidas como Nereidas.Tinha o dom da profecia e a faculdade de tomar
várias formas. Era representado com os cabelos, sobrancelhas, queixo e
peito cobertos por juncos marinhos e por folhas de plantas similares.
Nereu vivia no fundo do mar.
NOTO O vento do Sul. OCEANO O mais velho dos Titãs,
marido de Tétis, pai de todos os rios e das Oceânides. Era a
personificação da água que envolve o mundo.
ÓRFEU Poeta e músico filho da musa Calíope e Apolo,
deus da música, ou Eagro, rei da Trácia. Recebeu a lira de Apolo e
tornou-se um músico tão perfeito que não havia nenhum mortal capaz de
ser melhor do que ele. Quando Orfeu tocava e cantava, movia todos os
seres animados e inanimados. Sua música encantava árvores e pedras,
domesticava animais selvagens, e até mesmo os rios mudavam o seu curso
na direção da música do jovem. Orfeu é mais conhecido pelo seu casamento
com a adorável ninfa Eurídice. Logo depois do casamento a noiva foi
picada por uma vespa e morreu. Triste com a perda, Orfeu resolveu ir ao
mundo subterrâneo e tentar trazê-la de volta, algo que nenhum mortal
jamais havia feito.
Hades, o soberano do mundo subterrâneo, ficou tão
satisfeito com sua música que devolveu Eurídice a Orfeu com a condição
de que ele não olharia para trás até que alcançassem a superfície. Orfeu
não conseguiu controlar sua avidez, e assim que alcançou a luz do dia,
ele olhou para trás muito rapidamente, e Eurídice, que vinha logo atrás,
desapareceu. Em desespero, Orfeu abandonou a companhia humana e vagou
pelas selvas, tocando para pedras, árvores e rios. Finalmente, um bando
de violentas mulheres da Trácia, que eram seguidoras de Dionísio, atacou
o músico e o mataram. Quando jogaram sua cabeça decepada no rio Hebrus,
ele continuou a chamar por Eurídice, e finalmente foi carregado à orla
de Lesbos, onde as Musas o enterraram. Depois da morte de Orfeu, sua
tornou-se a constelação de Lira.
PAN Deus dos bosques, dos campos e da fertilidade,
filho de Hermes, mensageiro dos deuses, e da ninfa Dríope. Era metade
animal, metade homem, com chifres, membros inferiores, cascos e orelhas
de bode. Era uma divindade travessa, o deus dos pastores e rebanhos. Um
músico maravilhoso, acompanhava com sua flauta, as ninfas da floresta
quando elas dançavam. O deus era galanteador, mas sempre rejeitado por
causa de sua feiura. Pan assombrava as montanhas e cavernas e todos os
lugares selvagens, mas seu local predileto era a Arcádia, onde nasceu. A
palavra "pânico" se supõe derivar dos temores de viajantes que ouviam o
som de sua flauta durante a solidão noturna.
POSEIDON ( NETUNO ) Depois que os Titãs foram
derrotados por Zeus, na divisão do mundo coube-lhe a senhoria do mar e
de todas as divindades marinhas. Tinha um palácio nas profundezas do
mar, onde morava com sua esposa Anfiritre e seu filho Tritão.
Entretanto, Posêidon teve inúmeros outros casos de amor, especialmente
com ninfas de riachos e fontes, e teve filhos conhecidos pela sua
selvageria e crueldade, entre eles o gigante Orion e o Ciclope Polífemo.
Posêidon e Górgona Medusa eram os pais de Pégaso, o famoso cavalo
alado. Sua arma era o tridente, com o qual levantava as ondas
fragorosas, que engoliam as naus, e fazia estremecer o solo ou
desperdiçar os recifes.
Odiava Ulisses, por ele ter cegado o Ciclope Polifemo, seu filho. Foi
inimigo de Tróia, depois que seu rei Laomendonte lhe negou a compensação
pela construção das muralhas da cidade, ocasião em que mandou um
monstro marinho para devorar Hesíon, filha do rei, que Héracles matou.
Disputou sem sucesso com Atena, deusa da sabedoria, pelo controle de
Atenas. Quando ele e Apolo, deus da música, foram enganados de receber
suas recompensas depois de terem ajudado Laomedonte, rei de Tróia, a
construir os muros da cidade, a vingança de Posêidon contra Tróia não
teve limites. Na arte, Posêidon é representado como uma figura majestosa
e barbada, segurando um tridente e freqüentemente acompanhado por um
golfinho. Os Romanos identificaram Posêidon com seu deus do mar, Netuno.
PROMETEU Prometeu era um dos titãs, uma raça
gigantesca, que habitou a terra antes do homem. Ele e seu irmão Epimeteu
foram incumbidos de fazer o homem e assegurar-lhe, e aos outros
animais, todas as faculdades necessárias à sua preservação. Epimeteu
encarregou-se da obra e Prometeu de examiná-la, depois de pronta. Assim,
Epimeteu tratou de atribuir a cada animal seus dons variados, de
coragem, força, rapidez, sagacidade; asas a um, garras a outro, uma
carapaça protegendo um terceiro, etc. Quando, porém, chegou a vez do
homem, que tinha de ser superior a todos os outros animais, Epimeteu
gastara seus recursos com tanta prodigalidade, que nada mais restava.
PROTEU Pastor das focas de Poseidon. Morava numa ilha
próxima ao Egito e tinha o poder de metamorfosear-se em todas as formas
que desejasse, não só de animais, mas também de plantas e de elementos,
com a água e o fogo. Segundo Eurípedes, Proteu foi rei da ilha de Faros
e, casando-se com Psâmate, teve os filhos Idoteu e Teoclímenes.
PRÍAPO Deus da fertilidade, protetor dos jardins e dos
rebanhos. Era filho de Afrodite, deusa do amor, e de Dionísio, deus do
vinho, ou, de acordo com algumas lendas, de Hermes, mensageiro dos
deuses. Foi deformado, ao nascer, por Hera, que tinha ciúmes de sua mãe.
Era comumente representado como um indivíduo grotesco com um falo
enorme.
ZEFIRO Vento que sobra do Poente, anunciador da primavera e venerado como deus benéfico.
ZEUS ( JUPITER ) O deus supremo do mundo e regente dos
deuses do Olimpo. Zeus foi considerado, de acordo com Homero, o pai dos
deuses e dos mortais. Era o senhor do céu, o deus da chuva, e o
ceifeiro das nuvens. Presidia aos fenômenos atmosféricos, recolhia e
dispersava as nuvens, comandava as tempestades, criava os relâmpagos e o
trovão e lançava a chuva com sua poderosa mão direita, à sua vontade, o
raio destruidor; por outro lado mandava chuva benéfica para fecundar a
terra e amadurecer os frutos. Zeus presidia sobre os deuses no Monte
Olimpo, na Tessália. Chamado de o pai dos deuses, por que, apesar de ser
o caçula de sua divina família, tinha autoridade sobre todos os deuses,
dos quais era o chefe reconhecido por todos.
Tinha o supremo governo do mundo e zelava pela ordem e da harmonia que
reinava nas coisas. Zeus era o filho mais jovem do Titã Cronos e Réia, e
o irmão das divindades Posêidon, Hades, Héstia, Deméter e Hera. De
acordo com um dos mitos antigos do nascimento de Zeus, Cronos, temendo
que ele talvez fosse destronado por um de seus filhos, engolia-os assim
que nasciam. Quando do nascimento de Zeus, Réia embrulhou uma pedra com
os cueiros de criança e deu-a a Cronos para que engolisse pensando que
fosse seu filhos, e ocultou o deus infante em Creta, onde foi alimentado
com o leite da cabra Amaltéia e criado por ninfas. Quando Zeus chegou à
maturidade, ele forçou Cronos a vomitar as outras crianças, que estavam
ávidas para se vingar de seu pai. Na guerra que se seguiu, os Titãs
lutaram ao lado de Cronos, mas Zeus e os outros deuses foram bem
sucedidos, e os Titãs foram confinados no abismo do Tártaro.
Zeus, a partir de então, dominou o céu, e a seus
irmãos Posêidon e Hades foi conferido o poder para dominar o mar e o
mundo subterrâneo, respectivamente. A terra seria governada em comum por
todos os três. É representado como o deus da justiça e da misericórdia,
o protetor dos fracos e quem pune o mau. Como marido de sua irmã Hera,
ele é o pai de Ares, o deus da guerra; Hebe, a deusa da juventude;
Hefaístos, o deus do fogo; e Ilíthia, deusa do parto. Ao mesmo tempo,
Zeus é descrito como um deus que se apaixona por uma mulher a cada
instante e usando de todos os artifícios para esconder sua infidelidade
da esposa. A imagem de Zeus era representada na escultura como a figura
de um rei barbado. A mais célebre de todas as estátuas de Zeus era a
colossal em ouro e marfim feita por Fídias, em Olímpia.
SEMI-DEUS HERACLES ( HERCULES ) Héracles, o maior de
todos os heróis gregos, era filho de Zeus e Alcmena. Alcmena era a
virtuosa esposa de Anfitrião e, para seduzi-la, Zeus assumiu a forma de
Anfitrião enquanto este estava ausente de casa. Quando seu marido
retornou e descobriu o que tinha acontecido, ficou tão irado que
construiu uma grande pira e teria queimado Alcmena viva, se Zeus não
tivesse mandado nuvens para apagar o fogo, forçando assim Anfitrião a
aceitar a situação. Nascido, o jovem Héracles rapidamente revelou seu
potencial heróico. Enquanto ainda no berço, ele estrangulou duas
serpentes que a ciumenta Hera, esposa de Zeus, tinha mandado para
atacá-lo. Enquanto ainda um menino, ele matou um leão selvagem no Monte
Citéron. Assim começava a carreira daquele que seria o modelo de força
física, o deus dos atletas. Desde logo teve competentíssimos mestres:
Castor ensinou-lhe a cavalgar, Autólico a guiar o carro, Eurito o manejo
do arco, Eumolpo e Lino a literatura e a música e Quíron inspirou-lhe o
ar da ciência e o sentido da moral. Porém, o caráter do discípulo
revelava-se cada vez mais impetuoso: um dia, por uma justa advertência,
enfureceu-se e quebrou na cabeça de Lino uma pesada cítara, matando-o.
Assim, começava suas façanhas e, desgraçadamente, seus delitos, pois o
excesso de energia muscular quase sempre lhe turvava o cérebro. Num
momento do loucura, Héracles matou a flechadas, os filhos e a mulher
Mégara. Arrependido foi pedir ao oráculo de Delfos conselhos para se
livrar a culpa desse crime, este então ordenou-lhe que se pusesse a
disposição de Euristeu pelo prazo de 12 anos, nos quais ele realizou os
conhecidos Doze Trabalhos de Héracles. Enquanto os seis primeiros
trabalhos se passam no Peloponeso, os últimos levaram Hércules a vários
lugares na orla do mundo grego e além. Durante os trabalhos, Hércules
foi perseguido pelo ódio da deusa Hera, que tinha ciúmes dos filhos de
Zeus com outras mulheres. A deusa Atena, por outro lado, era uma
defensora entusiasta de Héracles; ele também desfrutou da companhia e
ajuda ocasional de seu sobrinho, Iolau. O primeiro trabalho de Héracles
era matar o leão de Neméia. Como esta enorme fera era invulnerável a
qualquer arma, Hércules lutou com ele e acabou estrangulando-o apenas
com suas mãos.
A seguir, ele removeu a pele utilizando uma de suas garras, e passou a
utilizá-la como uma capa, com as patas amarradas ao redor de seu
pescoço, as presas surgindo sobre sua cabeça, e a cauda balançando em
suas costas. O segundo trabalho exigiu a destruição da Hidra de Lerna,
uma cobra aquática com várias cabeças, que estava flagelando os pântanos
perto de Lerna. Sempre que Héracles decepava uma cabeça, duas cresciam
em seu lugar, e, como se isso não fosse um problema suficiente, Hera
enviou um caranguejo gigante para morder o pé de Héracles. Este truque
desleal foi demais para o herói, que decidiu pedir ajuda a Iolau;
enquanto Héracles cortava as cabeças, Iolau cauterizava os locais com
uma tocha flamejante, de modo que novas cabeças não pudessem crescer, e
finalmente dando cabo do monstro. A seguir, Héracles embebeu a ponta de
suas flechas no sangue ou veneno da Hidra, tornando-as venenosas. No
Monte Erimanto, um feroz javali estava se portando violentamente e
causando prejuízos. Euristeu rispidamente ordenou a Hércules que
trouxesse este animal vivo à sua presença, mas as antigas ilustrações
deste episódio, as quais mostram principalmente Euristeu acovardado
refugiando-se num grande jarro, sugerem que ele veio a se arrepender
desta ordem. Hércules levou um ano para realizar o trabalho a seguir,
que era capturar a Corça do Monte Carineu.
Este animal parecia ser mais tímido do que perigoso. Este animal era
sagrado para a deusa Ártemis e, apesar de ser fêmea, possuía lindas
aspas. De acordo com a lenda, Héracles finalmente aprisionou a Corça e a
estava levando para Euristeu, encontrou-se com Ártemis, que estava
muito zangada e ameaçou matar Héracles pelo atrevimento em capturar seu
animal; mas quando ficou sabendo sobre os trabalhos, ela concordou em
deixar Héracles levar o animal, com a condição que Euristeu o libertasse
logo que o tivesse visto. Os Pássaros Estinfalos eram tão numerosos que
estavam destruindo todas as plantações nas vizinhanças do Lago
Estinfalo em Arcádia; várias fontes dizem que eles eram comedores de
homens, ou pelo menos podiam atirar suas penas como se fossem flechas.
Não está muito claro como Héracles enfrentou este desafio: uma pintura
de um vaso mostra Héracles atacando-os com um tipo de estilingue, mas
outras fontes sugerem que ele os abateu com arco e flecha, ou os
espantou para longe utilizando um címbalo de bronze feito especialmente
para a tarefa pelo deus Hefesto. O último dos seis trabalhos do
Peloponeso foi a limpeza dos currais Augianos.
O Rei Áugias de Élida possuía grandes rebanhos de gado, cujos currais
nunca tinham sido limpos, assim o estrume tinha vários metros de
profundidade. Euristeu deve Ter pensado que a tarefa de limpar os
estábulos num único dia seria impossível, mas Héracles uma vez mais
conseguiu resolver a situação, desviando o curso de um rio e as águas
fizeram todo o trabalho por ele. Euristeu pede agora que Héracles
capture o selvagem touro de Creta, o primeiro trabalho fora de
Peloponeso. Assim que Euristeu viu o animal, Héracles o soltou, este
sobrevivendo até ser morto por Teseu em Maratona. A seguir, Euristeu
enviou Héracles à Trácia para trazer os cavalos devoradores de homens de
Diomedes. Héracles amansou estes animais alimentando-os com seu brutal
senhor, e os trouxe de maneira segura a Euristeu. A seguir, ele foi
imediatamente mandado, desta vez para as margens do Mar Negro, para
buscar a cinta da rainha das Amazonas. Héracles levou um exército junto
consigo nesta ocasião, mas nunca precisaria dele se Hera não tivesse
criado problemas. Quando chegou à cidade das Amazonas de Temisquira, a
rainha das Amazonas estava até feliz que ele levasse sua cinta; Hera,
sentindo que estava sendo fácil demais, espalhou um boato que Héracles
pretendia levar a própria rainha, iniciando-se uma sangrenta batalha.
Héracles, é claro, conseguiu escapar com a cinta, mas após apenas duros
combates e muitas mortes. Para realizar seus três últimos trabalhos,
Héracles foi completamente fora das fronteiras do mundo grego.
Primeiro foi mandado além da borda do Oceano para a distante Eritéia no
extremo ocidente, para buscar o Rebanho de Gérião. Gérião era um
formidável desafio; não apenas tinha um corpo triplo, mas para ajudá-lo a
tomar conta de seu maravilhoso rebanho vermelho também utilizava um
feroz pastor chamado Euritão e um cachorro de duas cabeças e rabo de
serpente chamado Orto. Orto era o irmão de Cérbero, o cão que guardava a
entrada do Mundo Inferior, e o encontro de Héracles com Gérião é
algumas vezes interpretado como seu primeiro encontro com a morte.
Apesar de Héracles Ter se livrado de Euritão e Orto sem muito
dificuldade, Gérião, com seus três corpos pesadamente armados, provou
ser um adversário mais formidável, e apenas após uma terrível luta
Héracles conseguiu matá-lo. Quando retornou à Grécia, Euristeu enviou
para uma jornada ainda mais desesperadora, descer ao Mundo Inferior e
trazer Cérbero, o próprio cão do Inferno. Guiado pelo deus mensageiro
Hermes, Héracles desceu ao lúgubre reino dos mortos, e com o
consentimento de Hades e Perséfone tomou emprestado o monstro assustador
de três cabeças para mostrá-lo ao aterrorizado Euristeu; isto feito,
devolveu o cachorro a seus donos de direito.
Mesmo assim, Euristeu solicitou um último trabalho: que Héracles lhe
trouxesse os Pomos do Ouro de Hespérides. Estes pomos, a fonte da eterna
juventude dos deuses, cresciam em um jardim nos confins da terra; foram
um presente de casamento de Géia, a Terra, a Zeus e Hera. A árvore que
dava as frutas douradas era cuidada pelas ninfas chamadas Hespérides e
guardada por uma serpente. Os relatos variam sobre como Héracles
resolveu este trabalho final. As fontes que localizam o jardim abaixo
das montanhas Atlas, onde o poderoso Atlas sustenta os céus em suas
costas, dizem que Héracles convenceu Atlas a pegar as maças por ele;
enquanto fazia esta jornada Héracles sustentou, ele mesmo, o céu; quando
Atlas retornou, Héracles teve algumas dificuldades em persuadi-lo a
reassumir o seu fardo. Outra versão da estória sugere que o próprio
Héracles foi ao jardim lutando e matando a serpente ou conseguindo
convencer as Hespérides a lhe entregar as maças. As maças de Hespérides
simbolizavam a imortalidade, e este trabalho final significaria que
Héracles deveria ascender ao Olimpo, tomando seu lugar entre os deuses.
Além dos doze trabalhos, muitos outros feitos heróicos e aventuras foram
atribuídos a Hércules.
Na sua busca do jardim das Hespérides, teve que lutar com o deus
marinho Nereu para compelir o deus a dar-lhe as informações que
necessitava; em outra ocasião enfrentou outra deidade marinha, Tritão.
Tradicionalmente foi na Líbia que Héracles encontrou o gigante Anteu:
Anteu era filho de Géia, a Terra, e ele era invulnerável enquanto
mantivesse contato físico com sua mãe. Héracles lutou com ele e ergueu-o
do solo; desprovido da ajuda de sua mãe, ficou indefeso nos braços
poderosos do herói. No Egito Héracles escapou por pouco de ser
sacrificado pelas mãos do Rei Busíris. Um advinho tinha dito a Busíris
que o sacrifício de estrangeiros era um método infalível de se lidar com
as secas. Como o advinho era Cipriota, tornou-se a primeira vítima de
seu próprio conselho; quando o método se mostrou efetivo, Busíris
ordenou que todo o estrangeiro temerário o suficiente a entrar em seu
reino seria sacrificado. Na vez de Héracles, deixou-se ser aprisionado e
levado ao local do sacr ifício antes de se voltar contra seus
agressores e matar uma grande quantidade deles. Héracles era muito leal
aos seus amigos; mais do que uma vez ele arriscou sua vida para
ajudá-los, sendo o caso mais espetacular o de Alceste.
Admeto, Rei de Feres na Tessália, tinha feito um
acordo com Apolo que, quando chegasse a hora de sua morte, poderia
continuar a viver se encontrasse alguém que quisesse morrer em seu
lugar. Entretanto, quando Admeto estava se aproximando da hora da sua
morte, mostrou-se ser mais difícil do que tinha calculado arranjar um
substituto; após seus parentes mais velhos terem egoisticamente se
recusado ao sacrifício, sua esposa Alceste insistiu para que fosse a
sacrificada. Quando Héracles chegou, ela já tinha descido ao Mundo
Inferior, indo ele imediatamente atrás dela. Então lutou com a morte e
venceu, trazendo-a de volta em triunfo ao mundo dos vivos. Héracles era o
super-homem grego, sendo muitas das estórias de seus feitos
interessantes contos de realizações sobre-humanas e monstros fabulosos.
Ao mesmo tempo Héracles, assim como Ulisses, também atua como se fosse
um homem comum, sendo suas aventuras como parábolas exageradas da
experiência humana. Irritadiço, não extremamente inteligente, apreciador
do vinho e das mulheres (suas aventuras amorosas são muito numerosas),
era uma figura eminentemente simpática; e no geral seu exemplo deveria
ser seguido, pois destruía o mal e defendia o bem, superando todos os
obstáculos que o destino lhe colocou. Além de tudo, ofereceu alguma
esperança para a derrota da ameaça última e crucial do homem, a morte. O
fim de Héracles foi caracteristicamente dramático.
Casou-se com Dejanira e, ao atravessar o rio Eveno, na Etólia, matou,
com uma flechada, o centauro Nesso, que tentava raptar sua esposa. Antes
de morrer, Nesso entregou a Dejanira a camisa manchada com seu sangue,
fazendo-lhe acreditar que constituía um poderoso filtro de amor, com o
qual poderia assegurar-se o eterno afeto de seu marido. Como Eurito
tivesse negado sua filha Iole a Héracles, que a queria desposar, o herói
vingou-se matando-o, juntamente com seus filhos, e levou Iole. Quando
soube do fato, Dejanira mandou a Héracles, por intermédio de Licas, a
camisa de Nesso; logo que a vestiu, sentiu Héracles seu corpo arder e
ser corroído pelo veneno de que estava impregnada; enfurecido, lançou
Licas ao mar. Fez-se transportar a Traquine e ordenou a seu filho que
casasse com Iole; teve ainda forças para subir ao monte Eta, acender uma
pira e lançar-se em meio às chamas. quando estas se ergueram, Zeus, num
fragor de raios, veio buscar seu dileto filho e transportou-o numa
nuvem ao Olimpo. Héracles tornou-se, assim , imortal, reconciliou-se com
Hera, que o perseguira na terra, e casou-se com Hebe, da qual tece
Alexíare e Anceto; outrossim, viveu no céu eternamente jovem.
Fonte: www.mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiageral/deuses-gregos.htm